quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Televisão

Em setembro de 1950 foi inaugurada a primeira emissora de TV, a TV Tupi, em São Paulo, a partir daí o país tornava-se o primeiro do continente e o quarto do planeta a possuir o meio de comunicação que em pouco tempo transformaria toda a vida de uma sociedade. Em seguida à Tupi surgiram a TV Paulista, a TV Record, a TV Cultura e, já ao final da década, a TV Excelsior, em São Paulo. Em 1951 era inaugurada a TV Tupi, no Rio, e anos mais tarde as TVs Rio e Continental. No início, é claro, a televisão ainda perdia para o cinema e para o rádio, diversões preferidas da maior parte da população, pois ela ainda engatinhava em suas gestões, tanto artística quanto administrativa. Com as limitações tecnológicas do período, a transmissão era feita sempre ao vivo, com o auxílio apenas de filmes, e o raio de difusão era limitado ao âmbito regional. Mesmo assim, quando Juscelino Kubitschek assumiu o governo em 1956, algumas das primeiras mudanças trazidas pelo novo veículo já se faziam notar. Com o processo de industrialização do país, acelerado pelo novo governo, a televisão e o automóvel passariam a ser sinônimos de modernidade e progresso. Naquele mesmo ano de 1956, televisão se expandia para além dos grandes centros, já que até então as transmissões alcançavam um raio de apenas 100 quilômetros. A primeira emissora a transmitir em rede foi a Record, de São Paulo. Ao mesmo tempo, iniciou-se a ascensão da TV ao topo do mercado publicitário brasileiro. Os potenciais da propaganda veiculados por este veículo foram rapidamente percebidos, e seu uso por políticos em campanha se tornou freqüente, o que acabou se refletindo, mais tarde, nas políticas de concessão dos canais e de regulação da nova ferramenta de debate. Existiam cerca de 200 mil aparelhos de televisão no Brasil quando uma séria crise militar irrompeu no governo JK, em novembro de 1956, pelas declarações antigovernistas do general Juarez Távora que foram transmitidas pela TV Tupi, em desobediência a recomendações do então ministro da Guerra, o general Henrique Lott. Távora foi punido por seu pronunciamento. Em 1957, novas críticas à política do presidente Juscelino Kubitschek provocaram a censura ao programa Noite de Gala, da TV Rio. Em 1960, foi a vez de as eleições movimentarem politicamente a televisão. Carlos Lacerda utilizou intensamente a programação da TV Rio em favor da candidatura de Jânio Quadros à presidência da República, apoiada pela UDN. Ao final da década deu-se a introdução de uma das maiores inovações tecnológicas da história do veículo. Em 1960, no programa Chico Anísio Show, da TV Rio, foram utilizados, pela primeira vez, os recursos do videoteipe na televisão brasileira. Outras emissoras logo se beneficiaram da novidade, descobrindo novos usos e aplicações. Os tempos da improvisação e das gafes folclóricas de garotas-propaganda começavam a ser superados. O videotape permitiu a inauguração no país de mais 27 novas emissoras,com 80% de programação exibindo em VT as produções realizadas no eixo Rio-São Paulo. A maturidade do novo veículo já indicava que grandes transformações viriam logo adiante. Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo puderam assistir, em abril do mesmo ano, à inauguração de Brasília, graças ao envio de gravações em videoteipe do evento. No fim da década - e do governo de Juscelino Kubitschek - o país tinha praticamente triplicado, em relação a 1956, o número de residências com de aparelhos de TV. Num curto espaço de tempo, passou-se de cerca de 34 mil residências com televisores, em 1954, a 598 mil em 1960. O aumento do público telespectador obrigou a televisão a popularizar sua programação. Os festivais de música promovidos pelas redes televisivas levaram para o vídeo estrelas da música brasileira. Entre 1964 e 1975, a televisão tornou-se um veículo profissional e implantou um esquema empresarial estruturado.

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