
O Modernismo arquitetônico surgiu na Europa devido à necessidade de se encontrar soluções para os problemas que vinham sendo gerados pelas mudanças sociais e econômicas que a Revolução Industrial causou. Já no Brasil, as primeiras obras Modernistas surgem quando apenas se iniciava o processo de industrialização, portanto não se habilitava a solucionar necessidades sociais. No entanto, segundo Lúcio Costa, o Modernismo brasileiro justifica-se como estilo, afirmando a identidade de nossa cultura e representando o "espírito da época". No campo da arquitetura, o Modernismo foi introduzido no Brasil através da atuação e influência de arquitetos estrangeiros adeptos do movimento, embora tenham sido arquitetos brasileiros, como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, que mais tarde tornaram este estilo conhecido e aceito. Foi o arquiteto russo Gregori Warchavchik quem projetou a “Casa Modernista” (1929-1930), a primeira casa em estilo Moderno construída em São Paulo. Os arquitetos Modernistas buscavam o racionalismo e funcionalismo em seus projetos, sendo que as obras deste estilo apresentavam como características comuns formas geométricas definidas, sem ornamentos, separação entre estrutura e vedação, uso de pilotis a fim de liberar o espaço sob o edifício, panos de vidro contínuos nas fachadas ao invés de janelas tradicionais, integração da arquitetura com o entorno pelo paisagismo, e com as outras artes plásticas através do emprego de painéis de azulejo decorados, murais e esculturas. Quando iniciou-se no Brasil a difusão dos princípios Modernos, arquitetos recém formados passaram a estudar obras de arquitetos estrangeiros, como os alemães Mies Van der Rohe e Walter Gropius, adeptos da arquitetura racionalista. No entanto, foi o franco-suíço Le Corbusier quem mais influência teve na formação do pensamento Modernista entre os arquitetos brasileiros. Suas idéias inovadoras influenciaram diretamente
o Movimento Moderno no Brasil, sendo fonte inspiradora para Lúcio Costa, Niemeyer e outros pioneiros da arquitetura Moderna brasileira. Le Corbusier veio ao Brasil algumas vezes, inclusive para orientar a equipe de arquitetos que, em 1936, projetou o edifício da nova sede do Ministério da Educação e Saúde no Rio de Janeiro. Em suas vindas ao Brasil realizou conferências e difundiu seus ideais, reforçando ainda mais sua influência entre os jovens arquitetos da época. Aos poucos a Arquitetura Moderna Brasileira foi ganhando destaque no cenário mundial passando a ser utilizada para divulgação da boa imagem brasileira junto com o café e o futebol. Apesar dos primeiros exemplares da Arquitetura Moderna no Brasil serem de autoria de arquitetos estrangeiros, é a Oscar Niemeyer que se atribui a "popularização" deste estilo. Após a eclosão do Movimento Moderno, este subdivide-se em várias tendências estilísticas. No Rio de Janeiro a fusão dos princípios Modernistas europeus com a herança nativa resulta em uma arquitetura de formas mais livres. É nesse aspecto que evidencia-se a originalidade de Oscar Niemeyer. Abandonando o funcionalismo exagerado dos ideais Modernos, Oscar Niemeyer utiliza em suas obras formas curvas mais livres, que buscam a beleza, não sendo o resultado final da obra somente conseqüência de sua função. A história da arquitetura dá evidências de que até hoje só houve dois sistemas formais completos: o classicismo e o modernismo. A diferença básica entre o classicismo e o modernismo é a substituição da imitação pela construção formal como critério de formação de objetos arquitetônicos. A adoção de modelos dá lugar à interpretação do programa como principal elemento estimulador da forma e âmbito de possibilidades na ordenação do espaço habitável. A partir desta caracterização genérica da arquitetura moderna, a vertente brasileira pode ser vista como particularização de um modo de conceber a forma artística essencialmente diferente do classicismo, que havia dominado os quatro séculos precedentes e ainda era o paradigma dominante nas primeiras décadas do século XX. O projeto moderno é como uma atividade totalizadora que sintetiza na forma os requisitos do programa, as sugestões do lugar e a disciplina da construção. A esses critérios de construção formal, a arquitetura moderna brasileira acrescentou valores da arquitetura tradicional abstraídos, o que lhe permitiu ser parte da produção cultural contemporânea, sem ter que abrir mão de suas raízes históricas. A presença de valores histór
icos na arquitetura moderna brasileira se baseava na utilização da substância dos precedentes históricos, ao invés da sua aparência, em um aproveitamento muito mais tipológico do que mimético da sua tradição. O entendimento de que a possibilidade de resolver formalmente um programa de modo original não implica a obrigatoriedade de fazê-lo,é demonstração da maturidade alcançada por nossa arquitetura em muito pouco tempo. Os projetos davam forma aos programas sem serem determinados por eles, de modo bastante diferente da relação de causa e efeito por tantas vezes atribuída a um certo funcionalismo moderno.Longe de qualquer insensibilidade em relação ao entorno, o sítio era entendido como formalidade latente, e o projeto estabelecia estruturas relacionais em que o edifício era sempre concebido como parte de um todo maior. A própria variedade das soluções encontradas para adaptar a arquitetura moderna ao clima tropical é evidência da importância atribuída ao lugar na prática arquitetônica pré-Brasília. Por último, verificaremos uma saudável relação entre forma e técnica, na qual a definição da estrutura formal e do caráter de cada edificação explorava a disciplina imposta pela construção. Entre os arquitetos de destaque no Movimento Moderno brasileiro estão Lúcio Costa, cuja obra e contribuição teórica são de grande importância, Affonso Eduardo Reidy, Attilio Correa Lima, os irmãos Marcelo e Milton Roberto e entre outros artistas reconhecidos podemos dar maior enfoque para Oscar Niemeyer.
Oscar Niemeyer arquiteto brasileiro considerado um dos nomes mais influentes na Arquitetura Modernista internacional foi um pioneiro na exploração das possibilidades construtivas únicas do concreto armado, uma técnica de estrutura que diferencia-se do concreto devido ao fato de receber uma armadura metálica responsável por resistir aos esforços de tração. Apesar de ser um defensor do utilitarismo, suas obras não tinham a aparência fria ou forma blocada tão criticada por pós-modernistas. Seus prédios têm formas tão dinâmicas e curvas tão sensuais que fazem com que se diga que Niemeyer seja mais um escultor monumental que um arquiteto. No Brasil, projeta em São Paulo o Conjunto do Ibirapuera (um parque com pavilhões de exposições em homenagem ao aniversário de 400 anos da cidade) e o COPAN, em 1951 e no ano seguinte constrói sua própria casa no Rio de Janeiro. Esta, chamada a Casa das Canoas, nome da estrada em que se encontra, tornar-se-á muitos anos mais tarde parte da Fundação Oscar Niemeyer.Em 1956, Juscelino Kubitschek volta a entrar em contato com Niemeyer. Desta vez tem um projeto político mais ambicioso, e o chama para a direção da Novacap, empresa urbanizadora da nova capital, um projeto para mover a capital nacional para uma região despovoada do centro do país.Niemeyer abre um concurso para o projeto urbanístico de Brasília, a nova capital e o vencedor é o projeto de seu antigo patrão e grande amigo,
Lucio Costa. Niemeyer ficaria com os projetos dos prédios e Lucio Costa com o plano da cidade.Em poucos meses, Niemeyer projeta dezenas de edifícios residenciais, comerciais e administrativos. Entre eles a residência do Presidente (Palácio da Alvorada), o Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), a Catedral de Brasília, os prédios dos ministérios, a sede do governo (Palácio do Planalto) além de prédios residencias e comerciais. A própria forma da cidade, em forma de avião, dá elementos que se repetem em todos os prédios, dando-lhes uma unidade formal. A Catedral de Brasília é especialmente bela, com diversos simbolismos modernos. A sua entrada se dá pelo subsolo, um corredor mal-iluminado que contrasta com um saguão com iluminação natural forte que deixa transparecer o céu único de Brasília. Por trás da construção de Brasília, uma campanha monumental para construir uma cidade inteira a partir do nada, no centro árido do país, estava a intenção de Kubitschek de alavancar a indústria do país, integrar suas áreas distantes, povoar regiões inóspitas e trazer progresso onde havia somente vaqueiros. Niemeyer e Lucio Costa aproveitaram para pôr em prática os seus conceitos modernistas de cidade: ruas sem trânsito (Niemeyer diria que é um desrespeito ao ser humano que ele tome mais de 20 minutos no transporte de uma região a outra), prédios flutuando sobre o solo, apoiados em colunas e permitindo o espaço em baixo livre, integração com a natureza. Uma ideologia socialista também se ensaiou: em Brasília todos os apartamentos deveriam ser do governo que os cedia para seus funcionários, não havia regiões mais nobres, ministros e operários dividiriam o mesmo prédio. Brasília deveria ser uma cidade contida em si, não se expandir além dos projetos originais, previa-se que assim que ficasse cheia, outras em moldes parecidos seriam construídas em diversas regiões.
A partir da inauguração de Brasília percebe-se a decadência gradual dos valores que possibilitaram uma arquitetura de tal qualidade que foi aclamada no exterior, ombreando-se com o que de melhor foi realizado em todo o mundo naquela época.Assim pode ser evidenciada a perda de qualidade e direção da prática arquitetônica posterior à década de 1960, situação na qual ainda estamos imersos devido a diversos fatores internos e externos que decorreram, porém o principal fator que determinou o abandono da arquitetura moderna no Brasil, e que inclusive permitiu a penetração tão fácil de valores culturais prejudiciais, foi o desconhecimento do que significava essa arquitetura e quais eram seus verdadeiros valores, por parte das gerações que sucederam aquela, tão bem sucedida.


Oscar Niemeyer arquiteto brasileiro considerado um dos nomes mais influentes na Arquitetura Modernista internacional foi um pioneiro na exploração das possibilidades construtivas únicas do concreto armado, uma técnica de estrutura que diferencia-se do concreto devido ao fato de receber uma armadura metálica responsável por resistir aos esforços de tração. Apesar de ser um defensor do utilitarismo, suas obras não tinham a aparência fria ou forma blocada tão criticada por pós-modernistas. Seus prédios têm formas tão dinâmicas e curvas tão sensuais que fazem com que se diga que Niemeyer seja mais um escultor monumental que um arquiteto. No Brasil, projeta em São Paulo o Conjunto do Ibirapuera (um parque com pavilhões de exposições em homenagem ao aniversário de 400 anos da cidade) e o COPAN, em 1951 e no ano seguinte constrói sua própria casa no Rio de Janeiro. Esta, chamada a Casa das Canoas, nome da estrada em que se encontra, tornar-se-á muitos anos mais tarde parte da Fundação Oscar Niemeyer.Em 1956, Juscelino Kubitschek volta a entrar em contato com Niemeyer. Desta vez tem um projeto político mais ambicioso, e o chama para a direção da Novacap, empresa urbanizadora da nova capital, um projeto para mover a capital nacional para uma região despovoada do centro do país.Niemeyer abre um concurso para o projeto urbanístico de Brasília, a nova capital e o vencedor é o projeto de seu antigo patrão e grande amigo,

A partir da inauguração de Brasília percebe-se a decadência gradual dos valores que possibilitaram uma arquitetura de tal qualidade que foi aclamada no exterior, ombreando-se com o que de melhor foi realizado em todo o mundo naquela época.Assim pode ser evidenciada a perda de qualidade e direção da prática arquitetônica posterior à década de 1960, situação na qual ainda estamos imersos devido a diversos fatores internos e externos que decorreram, porém o principal fator que determinou o abandono da arquitetura moderna no Brasil, e que inclusive permitiu a penetração tão fácil de valores culturais prejudiciais, foi o desconhecimento do que significava essa arquitetura e quais eram seus verdadeiros valores, por parte das gerações que sucederam aquela, tão bem sucedida.

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