O poema-processo: foi um movimento artístico desenvolvido no período de 1967 a 1972, decorrente do concretismo. Wlademir Dias Pino em 1967, rompeu com o grupo concreto e lançou o poema processo, com Álvaro de Sá e Moacy Cirne. O poema-processo desejava um objeto artístico reprodutível que atendesse às necessidades de informação e comunicação das massas, pautado pela lógica do consumo imediato. O signo verbal, no poema processo, perde suas particularidades lógico-semânticas e dá lugar à visualidade pura, criando a possibilidade de uma linguagem e comunicação universais. Talvez uma das principais contribuições do poema processo tenha sido a preocupação de produzir um objeto artístico que visasse à reconfiguração do indivíduo, obrigando este a, também, reconstruir o processo lógico que ordena o universo, aparentemente caótico, dos signos constituintes da linguagem do texto. Esse indivíduo, agora consciente, a partir da prática, do poder da linguagem em fundar mundos talvez estará mais atento quando se deparar – como ocorre a todo momento – com tentativas de imposição de discursos alienantes. Podemos compreender o poema-processo observando observando a obra "Sólida" de Wlademir Dias Pino:



A poesia social: tem como seu principal mentor o maranhense Ferreira Gullar, que, em 1964, rompe com a poesia concreta e retoma o verso discursivo e temas de interesse social (guerra- fria, corrida atômica, neocapitalismo, terceiro mundismo), buscando maior comunicação com o leitor e servir como testemunha de uma época. Após o golpe militar e o Ato Institucional nº 5, empreende uma verdadeira "poesia de resistência" ao lado de outros escritores, artistas e compositores como J.J. Veiga, Thiago de Mello, Affonso Romano de Sant'Ana, Antônio Callado, Gianfrancesco Guarnieri, Chico Buarque, Oduvaldo Viana Filho, entre outros). Podemos compreender a poesia-social observando as obras de Ferreira Gullar como as que estão ao lado.




Ainda referindo-se à literatura contemporânea podemos retratar que a ficção brasileira a partir da década de 1960 consolidou a tendência,já apontada nas décadas anteriores, de abandonar a abordagem realista.A visão de um mundo complexo e fragmentado manifestou-se na prosa de ficção com a ruptura da narrativa linear e totalizante e com a construção de uma narração desordenada,fragmentária,sem um foco narrativo claramente definido. Com a estética modernista, o conto foi submetido a radicais transformações, sendo uma delas o enriquecimento temático proporcionado pela contribuição da literatura regionalista. Do ponto de vista técnico, o relato objetivo e linear,com sua estritura de começo,meio e fim, e a narrativa em crescendo, mantida pelo suspense, deu pouco a pouco lugar à simples evocação, ao instantâneo fotográfico, aos episódios ricos de sugestão,aos flagrantes de atmosferas intensamente poéticas, aos casos densos de significação humana.
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