quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Artes Plásticas

Pinturas

O século XX revelou para o olhar futurista um mundo tecnológico, um mundo mergulhado na vertigem da velocidade, em que tudo se podia deslocar. Um certo espírito cosmopolita impregnava a vida e promovia o encontro das pessoas. Na travessia do século, também os olhares cubistas, dadaístas e de outros movimentos artísticos buscavam caminhos novos. A arte passou a retratar coisas que pareciam ter-se cansado de ser elas mesmas, em sua cópia fiel. A arte deixou de ser um duplo do mundo. A produção das décadas seguintes aprofundou a rebeldia da modernidade. Telas não se sujeitavam mais à prisão da superfície plana e lançavam relevos no espaço. Ou se abriam para que nelas se insinuasse o ar. Esculturas recusavam o repouso de pedestais para conversar com a aragem, com o vento. A arte contemporânea interroga e atribui novos significados ao se apropriar de imagens, não só as que fazem parte da historia da arte, mas também as que habitam o cotidiano. O belo contemporâneo não busca mais o novo, nem o espanto, como as vanguardas da primeira metade deste século: propõe o estranhamento ou o questionamento da linguagem e sua leitura. No movimento artístico anterior, o artista de vanguarda tinha a necessidade de experimentar técnicas e metodologias, com o objetivo de criar novidades e se colocar à frente do progresso tecnológico. Já o artista contemporâneo coloca em suas produções a "ausência do novo", num retorno à tradição,ele tem outra mentalidade, a marca de sua arte não é mais a novidade moderna e mesmo a experimentação de técnicas e instrumentos novos visa a produção de outros significados. Tornou-se necessário para a contemporaneidade insinuar uma crítica da imagem. O artista reprocessa linguagens aprofundando a sua pesquisa e sua poética,ele associa sua liberdade de criação à técnicas tradicionais. A arte passou a ocupar o espaço da invenção e da crítica de si mesmo, não havendo mais uma visão pronta do mundo. O pintor contemporâneo sabe que ele pinta mais sobre uma tela virgem, e é indispensável saber ver o que está atrás do branco: uma história. O que vai determinar a contemporaneidade é a qualidade da linguagem, o uso preciso do meio para expressar uma idéia, onde pesa experiência e informação. Não é simplesmente o manuseio do pincel que vai qualificar a atualidade de uma obra de arte. O que há na Arte Contemporânea é uma pluralidade de estilos, de linguagens, contraditórios e independentes, convivendo em paralelo, porque a arte contemporânea não é o lugar da afirmação de verdades absolutas. Foi a partir da realização da coletiva "Opinião 65" que uma série de eventos e manifestações culturais coletivas se sucederam, sendo a um só tempo vitrine e fórum de discussão desta nova arte então emergente. Em São Paulo, este clima de entusiasmo e discussões acerca deste novo realismo nas artes também se refletiu. Os paulistas deram seqüência à discussão de questões então levantadas, e em especial acerca do caráter e da função da vanguarda brasileira, em “Propostas 65”, realizada na FAAP, em dezembro do mesmo ano, 1965. “Opinião 65” portanto, não foi apenas um marco de ruptura com a arte do passado e com uma estética cômoda, em referência à pintura abstrata mas também representou o marco de um novo ciclo que se abria no cenário artístico-cultural do país de intensos e apaixonados debates, atividades, performances, exposições e coletivas.
Nas próximas postagens serão observados os movimento artísticos mais célebres presentes na Arte Contemporânea.

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